
O sistema de cotas para negros nas universidades gera polêmica até hoje. Há vários argumentos contra e a favor, todos bastante convincentes. Nem mesmo o governo brasileiro parece saber qual decisão tomar.Tanta incerteza, no entanto, tem um ponto positivo: a geração de debates importantes sobre o racismo no Brasil.
O professor José Jorge de Carvalho, do Departamento de Antropologia, acredita que o sistema de cotas é a única forma de resolver o problema da exclusão social. O preconceito, segundo ele, está presente até nas salas de aula.José passou a defender as cotas depois de testemunhar o caso de um aluno negro prejudicado por um professor, que ele acreditava ser por causa de motivos raciais.
"Há poucos negros na universidade,o que dificulta a união deles para lutar pelos seus direitos. É preciso mudar o tipo de relação que existe na academia,que só será possível quando houver vários negros lá dentro",afirma o professor.
Os dados apresentados pelo professor mostram que a exclusão é perversa: 97% dos universitários brasileiros são brancos, contra 2% de negros e 1% de amarelos. O desequilíbrio, num país em que 45% da população é negra, deixa claro que são necessárias medidas urgentes para inserção do negro no ensino superior.A solução então são as cotas.
Por:Sabrina Salles
A campanha Consciência Negra em Cartaz, criada pela secretaria de Estado da cultura de São Paulo convida toda população a participar na criação de cartazes sobre o tema, que serão expostos no site oficial.
A pergunta-tema “O que é Consciência Negra para você” serve de inspiração para a confecção livre do cartaz, que pode conter somente palavras ou palavras
e imagens. Mostre para o Brasil sua visão sobre Consciência Negra. Os participantes também poderão criar uma frase sobre sua visão do tema, que ficará visível no site.
Visite o site da campanha www.consciencianegra.com.br para ler o regulamento e participar. Os 50 cartazes selecionados pela curadoria ficarão expostos na semana da Consciência Negra.

Uma das maiores influências da música sobre a África é a cantora Shakira que apresentou a música- Waka Waka no show de abertura da Copa do Mundo.
Por: Sabrina Salles
Apesar de a população negra constituir grande parte da sociedade brasileira, somente a partir da Lei nº 10.639 de 2003 que tornou obrigatório o ensino da História da África e dos afro-brasileiros no Ensino Fundamental e Médio, as escolas ampliaram a reflexão e discussão sobre o papel e a posição do negro em nossa sociedade.
Há necessidade de conscientizar acerca das práticas e representações que configuram o racismo, apresentando aos alunos a verdadeira história e tradição do povo negro no Brasil, de maneira íntegra, sem estereótipos que distorcem e não retratam fielmente a trajetória dos descendentes de africanos, sem mensagens subliminares que consolidam uma sociedade racista e excludente.
Assim sendo, ao elaborar um projeto sobre Cultura Negra deve-se pensar em atividades que possibilitem aproximar nossos alunos da riqueza cultural afro-brasileira, aprofundando o estudo das fortes raízes culturais africanas, visando elevar a autoestima da criança negra e sua percepção e atuação sobre si mesma e seu lugar no mundo.
Por: Sabrina Salles
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ajudou a suprir uma necessidade básica para 960 crianças de uma escola de Ensino Fundamental em Kanyemazane, na África do Sul.
Um dos líderes da Igreja que supervisiona o Sudeste da África, estava visitando uma escola a fim de agradecer a permissão dada à Igreja para utilizar o estabelecimento em suas reuniões, quando descobriu que a cidade, rotineiramente, interrompe o abastecimento de água da escola sem aviso prévio.
Esta atitude impede os estudantes de ter uma refeição cozida e de utilizar os banheiros. Muitas crianças são órfãs e a única refeição que recebem a cada dia é o almoço da escola. A Igreja doou um tanque de
A Igreja forneceu formalmente o reservatório de água para a escola durante uma cerimônia na sexta-feira, 19 de março. Mais de 100 pais participaram juntamente com professores e diretores de escolas vizinhas. A Igreja também doou a todos os 960 alunos mochilas contendo material escolar básico e brinquedos especiais para as crianças da pré-escola.
A feijoada, um dos pratos mais famosos da culinária brasileira, se originou por meio dos costumes dos escravos africanos. O prato consiste na mistura de feijão preto, carne de porco, farofa, entre outros ingredientes.
Na época da escravidão, os senhores de escravos não comiam as partes menos nobres do porco, como orelhas, rabos ou pés, e davam tais partes aos seus escravos.
Como a alimentação dos mesmos era baseada apenas em cereais, como milho e feijão, resolveram pegar as partes do porco que eram rejeitadas e juntá-las com o feijão, cozinhando tudo em um mesmo recipiente, além de adicionar água, sal e pimentas diversas à mistura. Estava feita a primeira feijoada.
A escravidão dos negros africanos começava na própria África, com as disputas entre tribos. Os perdedores eram aprisionados e se transformavam em mercadorias para serem trocadas com os comerciantes. Uma pessoa costumava valer o mesmo que rolos de fumo ou caixas de rum e aguardente, produtos usados com moeda nas trocas comerciais.
Os africanos que foram trazidos para trabalhar como escravos nas terras brasileiras chegavam de diferentes regiões da África.
Sabemos que na África vivem povos de diferentes etnias: ao norte predomina a população branca, de origem árabe; ao centro, e em direção ao sul, são os negros que dominam; e, no extremo sul, destacam-se os negróides ou bantos.
Os bantos ou bantus e sudaneses predominam na formação, hoje, dos afro-brasileiros, isto é, os descendentes dos africanos nascidos no Brasil.
Os bantos ou bantus são diferentes etnias que eram dos territórios que hoje formam os seguintes países: Angola, parte de Camarões, Congo, Guiné e parte de Moçambique.
Os sudaneses são originários de Benin, Costa do Marfim, Gana, Mali, Nigéria, Togo.
A história da escravidão no Brasil tem sido estudava a partir de relatos, depoimentos, memórias, notícias de jornais, dentre outras fontes
.
Por: Sabrina Salles



Letra:
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor

por Lucas Barbosa
A capoeira é um aspecto cultural tanto brasileiro quanto africano, que influencia muito no dia da consciência negra, onde vários deles praticam essa expressão e podem livremente mostrar o quanto eles são importantes na sociedade.
Trazido dos negros escravos, a capoeira é uma expressão cultural Afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura popular e música. Foi desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus descendentes. É caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés, as mãos, a cabeça, os joelhos, cotovelos, elementos ginástico-acrobáticos, e golpes desferidos com bastões e facões, estes últimos provenientes do Maculelê. Uma característica que a distingue da maioria das outras artes marciais é o fato de ser acompanhada por música, especialmente usando um instrumento chamado berimbau.
A palavra capoeira é originário do Tupi e refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. Foi sugerido que a capoeira obtivesse o nome a partir dos locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata.
Principais capoeiristas que marcaram a história da capoeira foram:
Besouro Mangangá (há um filme sobre ele) , Manduca da Praia, Madame Satã, Mestre Waldemar
Por:Daniel Fernandes
Escravos de Jó
É uma brincadeira de roda guiada por uma cantiga bem conhecida, cuja letra pode mudar de região para região. Para brincar, é preciso no mínimo duas pessoas. Todos têm suas pedrinhas e no começo elas são transferidas entre os participantes, seguindo a sequência da roda. Depois, quando os versos dizem “Tira, põe, deixa ficar!”, todas seguem a orientação da música. No verso “Guerreiros com guerreiros”, a transferência das pedrinhas é retomada, até chegar ao trecho “zigue, zigue, zá!”, quando os participantes movimentam as pedras que estão em mãos para um lado e para o outro, sem entregá-las a ninguém. O jogador que erra os movimentos é eliminado da brincadeira, até que surja um único vencedor.
Pular corda
Preferida das meninas, tanto na versão tradicional quando nas versões diferenciadas em que a brincadeira é guiada por alguma cantiga. Além de ser divertida para o lazer, é uma atividade excelente para exercitar o coração e a coordenação motora. Pode ser praticada tanto individualmente quanto em grupo, quando duas pessoas seguram as pontas das cordas e movimenta o instrumento para que um ou mais participantes possam pular. Quem esbarrar na corda sai da brincadeira. Ou simplesmente perde, e continua!
Pular elástico
Outra muito apreciada pelas meninas! Para brincar, basta separar pelo menos 2 metros de elástico de roupa e dar um nó. É necessário no mínimo 3 participantes: duas para segurar o elástico e outra para pular. As duas crianças que vão segurar o elástico ficam em pé, frente a frente, e colocam o elástico em volta dos tornozelos para formar um retângulo. Daí, o participante da vez faz uma sequência de saltos: pula para dentro, sobre e para fora do elástico, tentando completar a tarefa sem tropeçar. O grau de dificuldade aumenta ao longo da disputa: o elástico ainda deve subir do tornozelo para o joelho, cintura, tronco e pescoço. Dependendo da altura das crianças, o jogo vai ficando impraticável, mas é o desafio que estimula a brincadeira!
RELIGIÕES TRADICIONAIS
As religiões dos povos que se baseiam em mitos, lendas e tradições, eram classificadas como religiões primitivas. Esse termo passou a ser quase sinônimo de pagão, e seus praticantes eram tidos como pessoas sem cultura, atrasadas, sem técnica, sem Deus...
Atualmente, os estudiosos, revendo os erros do passado que justificaram escravidão e morte, usam o termo religiões tradicionais. Dessa maneira, mesmo sendo muito diferentes da religiosidade de outras culturas, fica mais fácil entender estas manifestações religiosas tão ricas e das quais muito podemos aprender.
O mundo destes povos muitas vezes não encontra explicações satisfatórias em nossa mentalidade, que exige provas, raciocínios, lógica. O mundo tradicional liga intimamente a vida em suas manifestações.
Nesse sentido, para entendermos melhor as religiões tradicionais, é importantíssimo ter uma atitude de abertura, sem preconceitos ou pré-julgamentos.
Tenhamos em conta também que essas religiões não possuem textos escritos ou livros sagrados, mas se baseiam na tradição, ou narração passada de geração para geração, sobre os conteúdos e a maneira de viver sua religiosidade. Isso se dá em forma de histórias, ritos, provérbios, danças, músicas, festas.
O Concílio Vaticano II reconheceu que as religiões tradicionais são expressões de uma experiência religiosa em que estão presentes muitos elementos de verdade, de graça e que representam a grande riqueza desses povos (AG 9).
RELIGIÃO TRADICIONAL AFRICANA
Para falarmos disso, precisamos, em primeiro lugar, deixar claro sobre qual região da África ou qual religião iremos abordar. Para isso, dividimos a África assim:
1) África do norte: desde o Atlântico e Mediterrâneo até o Saara, incluindo o Egito e a Etiópia. Esta região é dominada pelo Islamismo e pelo Cristianismo.
2) África centro-sul: desde a Rep. Dos Camarões, Quênia..., até o extremo sul. Esta parte da África, povoada principalmente por tribos aborígenes, é dominada pelas religiões tradicionais, exceto uma relevante percentagem que praticam o cristianismo, o islamismo e até o hinduísmo.
Um erro comum é supor que todos os povos africanos são da mesma raça e que tiveram a mesma origem, o que leva a supor que tenham também os mesmos costumes e a mesma religião.
Queremos aqui falar da religião tradicional dos africanos negros e não da população cristã e muçulmana presente, há muitos séculos, no continente.
ESPIRITUAL E MATERIAL
A religião tradicional africana distingue dois aspectos da realidade: aquilo que é visível, físico, material..., e aquilo que é invisível e espiritual. Estes dois aspectos fundem-se entre si: nenhuma coisa do mundo físico é tão material que não contenha em si elementos do mundo espiritual. Isto conduziu à crença de que há espíritos nas pedras, nas montanhas, nos rios, nas árvores, nos trovões, no Sol e na Lua... Daí a religião tradicional africana ser muitas vezes chamada também de religião animista.
Seus praticantes vivem em profunda harmonia com todo o universo e esforçam-se para comportar-se de maneira adequada, conforme as leis morais. Isso não significa que não existem momentos religiosos mais destacados de outros, considerados profanos, mas toda a vida é sustentada pelo elemento religioso que une os seres, o cosmo, o mundo invisível e o Ser Superior. Todo o universo tem uma alma.
OS RITOS
Ritos, cerimônias, preces... são algumas das modalidades através das quais o ser humano procura se expressar e alcançar sua própria harmonia com o todo. Mas o que importa é a atitude interior que caracteriza a vida dos povos tradicionais, uma atitude profundamente religiosa. Cada fato cotidiano, banal ou importante, é colocado num contexto que supera a dimensão material.
O ritual sacraliza os momentos importantes da vida: nascimento, adolescência, matrimônio e morte. Existe, além disso, uma grande variedade de ritos: de iniciação, purificação, propiciação, comemoração, ação de graças etc.
Os ritos de iniciação garantem a boa integração na comunidade dos vivos, e os ritos fúnebres garantem a benevolência dos antepassados: por isso, devem ser bem feitos. Freqüentemente, a iniciação é também o ingresso em uma “sociedade secreta”, onde se aprendem ritos secretos, mitos secretos e mesmo uma linguagem secreta...
Os africanos possuem lugares de culto, embora muito modestos: pequenas cabanas, altares junto aos caminhos, cumes de montanhas... As oferendas são feitas para pedir saúde, vida, sucesso...
A oração comunitária é a preferida e exprime-se com danças e cantos.
O mesmo acontece com os ritos: impera a criatividade, o movimento, o dinamismo...
ELEMENTOS
As religiões tradicionais africanas, diferentes em muitas manifestações, de acordo com os respectivos povos, possuem vários pontos comuns essenciais, mas tendo como objeto central a vida.
Potências espirituais: Abaixo do Ser Supremo existem inúmeras potências mais ou menos espirituais, que se ocupam das coisas mundanas, em lugar do Ser Supremo, e que, por isso, são muito invocadas (como os orixás dos ioruba).
Demiurgo: A criação foi feita mediante um demiurgo (artífice), que é um antepassado mítico, às vezes identificado com o fundador do povo, ao qual se devem tanto a geração do ser humano como a introdução dos costumes, ofícios e ritos.
Ritos de iniciação: Como todos os povos primitivos, os africanos dão importância aos ritos de iniciação que, não raro, exigem provas duríssimas, até sangrentas (mutilações).
Danças: Na falta de livros, os ritos desempenham papel importante na manutenção viva e atuante das tradições religiosas e sociais. Neste sentido, as danças são de fundamental importância, pois, no seu ritmo e dinamismo, dão a máxima expressão a todas as atividades do grupo.
Curandeiros: Com artes próprias, como incisões e aplicações de ervas, e mesmo com o recurso da sugestão, atendem às necessidades do povo.
Culto: Em geral, os africanos não possuem estátuas, nem templos e sacerdotes. Os sacrifícios de animais (porcos, cães, cabritos, aves...) não são oferecidos a Deus como adoração, mas aos orixás (espíritos intermediários), como veículo de comunicação com os vivos, já que o sangue é tido como portador de vida.
Moral: Para o africano, moral e religião são praticamente a mesma coisa. As ações que prejudicam a convivência humana ou o equilíbrio das forças naturais, são punidas pela autoridade tribal ou reparadas por ritos religiosos, pois irritam igualmente os espíritos, provocando calamidades públicas, como secas, enchentes, enfermidades, mortes... Desta forma, o africano se vê obrigado a respeitar os bens, a vida e a pessoa do próximo, ainda que não conheça preceitos morais impostos por Deus. O adultério é também severamente condenado, embora a vida sexual seja encarada com muita tolerância, pois se trata do exercício de uma função vital.